Sozinha
Mais uma decepção. E dessa vez é por minha culpa. Porque eu fui me iludir. De novo. Tem gente que nasce predestinada a ser querida, a ser desejada e tem gente que simplesmente não é nada. Ninguém nunca quer. Ninguém nunca nem olha. Tem gente que nasceu pra ser invisível, pra ser descartável. Eu sou o tipo de pessoa que ninguém nem quer. Não sou invisível, aliás seria melhor se fosse, seria menos doloroso do que ser vista e ser desprezada. Não sou invisível, pois alguns me vêem, mas só olham e não se interessam. O envólucro que envolve meu ser é dispersado pra muitos, reprovável pra outros e vergonhoso para a maioria. E então quem eu sou, o que eu penso e o que almejo para o mundo são esquecidos, enterrados e afogados na solidão e, algumas vezes, na tristeza de uma alma solitária. Solidão. Eu nunca tinha me enxergado solitária até pouco tempo atrás. Muito pouco. Eu achava que estava sozinha por escolha, porque gostava, mas então caiu a